— Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
Primeira leitura: Isaías 58, 1-9a
Neste discurso, o profeta pretende alertar o povo para a falta de autenticidade com que vive, proclamar o verdadeiro jejum e indicar as consequências positivas da ligação do jejum à prática da justiça .
O povo tinha regressado do exílio cheio de entusiasmo e de esperança.
Mas as dificuldades eram grandes.
Deus parecia surdo e indiferente às súplicas e ao culto do seu povo.
Mas o profeta alerta para a prática de um jejum misturado com injustiças sociais, e condena-o.
O culto deve estar unido à solidariedade com os pobres.
Caso contrário, não agrada a Deus e é estéril.
As manifestações exteriores de conversão têm a sua prova real na caridade e na misericórdia para com os pobres e oprimidos.
Isaías parece já ter ouvido as palavras de Jesus: «Tinha fome e destes-me de comer … (cf. Mt 25, 31-46).
Mas afirmar que o verdadeiro jejum e o verdadeiro culto consistem na caridade, não significa negar o valor dessas práticas, mas afirmar que elas têm sentido e valor em vista da mesma caridade.
O jejum tem sentido e valor quando se torna expressão de amor a Deus e ao próximo.
Por sua vez, o verdadeiro culto é relação com Deus, sem individualismo e falsidade.
SALMO (50)
— Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
Evangelho: Mateus 9, 14-15
Jesus quis jejuar quarenta dias e quarenta noites. Moisés e Elias tinham feito o mesmo antes de empreenderem a sua grande missão perante o povo de Deus.
Nosso Senhor quis que este jejum absoluto e miraculoso fosse algumas vezes reproduzido na Igreja.
É atribuído a S. Simão, o estilita, a Santa Catarina de Sena, etc.
O primeiro Adão tinha pecado por gula, o novo Adão quis reparar pelo jejum.
Havia também a expiar toda a nossa sensualidade, que é infinita.
Nosso Senhor quis também mostrar-nos como é preciso combater as nossas más paixões.
O nosso corpo é um inimigo que é preciso enfraquecer e dominar, se não queremos que nos domine e que sujeite a nossa alma.
“O jejum, diz S. Basílio, serve de asas à oração para se elevar em altura e penetrar até aos céus.
É também o guardião da castidade”.
O jejum é o guardião da castidade para nós, sobretudo neste período da primavera em que os sentidos estão mais excitados.
Dá asas à oração que a abundância de alimentos torna pesada e sonolenta.
Tenho aproveitado do exemplo de Nosso Senhor?
Tenho obedecido ao preceito da Igreja, na medida das minhas forças e da minha saúde?
Tenho feito durante quarenta dias uma penitência suficiente e verdadeiramente eficaz?
Tenho substituído por alguma outra mortificação o que não podia fazer?
Jesus ensina para que serve o jejum: a finalidade do jejum e nos aproximar de Deus, que é a alegria plena. Somos chamados a jejuar, abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento de outras pessoas.
Mais próximos do Deus presente nos irmãos.
Questionamentos: Qual a penitência eu vou fazer e oferecer a Jesus nesta Quaresma?
Será que assumimos com espírito de fé os sacrifícios que a vida pede de nós?
– Compreendemos que se assumimos com fé, nossos sacrifícios ajudam nossa vida interior?
– Pensamos também em oferecer nossos sacrifícios pela vida espiritual de nossos irmãos?
– Dou-me conta de que o mais importante não é aparentar ar de penitência e sacrifício, mas um coração intimamente unido a Deus e aos irmãos?
– Por outro lado, sua alegria de viver pode atrair outras pessoas para o mesmo caminho?
Publicado em 20 de fevereiro de 2015, em Sem categoria. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.
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